domingo, 29 de agosto de 2010

Uma dose de otimismo na veia

Saiu nos Estados Unidos um daqueles livros que confundem as controvérsias convencionais e colocam novas ideias, ou novas dúvidas, na cabeça das pessoas. É "O Otimista Racional" ("The Rational Optimist"), de Matt Ridley, um biólogo/ jornalista que já chefiou o escritório da revista "The Economist" em Washington.
Seu recado, parafraseando Joãozinho Trinta, seria o seguinte: intelectual gosta de fim do mundo, quem gosta de progresso é o trabalhador. Flerta-se com o pessimismo durante um esplêndido momento da espécie. Cadê o bug do milênio? E a gripe aviária? E o apocalipse da falta de alimentos? A bomba da superpopulação? O desastre da vez seria a catástrofe ambiental.
Ridley fez um coquetel de Adam Smith ("A Riqueza das Nações") com Charles Darwin ("A Origem das Espécies"), sustentando que o nosso macaco transformou-se no que é sobretudo pela capacidade de trocar coisas e serviços.
Luís 14 tinha 498 criados trabalhando na sua cozinha, mas uma dona de casa parisiense come melhor do que ele. Tomando como referência o ano de 1955, Ridley informa: a renda das pessoas triplicou, a pobreza absoluta caiu de 50% da humanidade para 18%, comem-se 30% mais calorias, a mortalidade infantil foi reduzida em dois terços e um cidadão do Botswana tem hoje a renda de um finlandês em 1955.
Transplantando-se as comparações de Ridley e tomando-se duas estatísticas vitais de Pindorama de hoje, coletadas no banco de dados da ONU, toma-se uma injeção de "otimismo racional". A expectativa de vida do brasileiro de hoje (73,5 anos) está no patamar sueco de 1960, acima do inglês (70,8), americano (70) e do suíço (71,7) da mesma época. A mortalidade infantil (23 crianças mortas para 1.000 nascidas vivas) equivale à de 1960 na Inglaterra (22) e é melhor que a da França e dos Estados Unidos (25) há 50 anos.

ELIO GASPARI
Fonte: Folha de São Paulo (29/08/2010)

Se dependesse do DEM, ProUni não existiria

EM BENEFÍCIO DA QUALIDADE do debate eleitoral, é necessário que seja esclarecida uma troca de farpas entre Dilma Rousseff e José Serra durante o debate do UOL/Folha. Dilma atacou dizendo o seguinte: "O partido de seu vice entrou na Justiça para acabar com o ProUni. Se a Justiça aceitasse o pedido, como você explicaria essa atitude para 704 mil alunos que dependem do programa?
"Serra respondeu: "O DEM não entrou com processo para acabar com o ProUni. Foi uma questão de inconstitucionalidade, um aspecto".
Em seguida, o deputado Rodrigo Maia, presidente do DEM, foi na jugular: "Essa informação que ela deu é falsa, mentirosa".
Mentirosa foi a contradita. O ProUni foi criado pela medida provisória 213 no dia 10 de setembro de 2004. Duas semanas depois o PFL, pai do DEM, entrou no Supremo Tribunal Federal com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a iniciativa, e ela tomou o nome de ADI 3314.
O ProUni transferiu para o MEC a seleção dos estudantes que devem receber bolsas de estudo em universidades privadas. Antes dele, elas usufruíam benefícios tributários e concediam gratuidades de acordo com regras abstrusas e preferências de cada instituição ou de seus donos.
Com o ProUni, a seleção dos bolsistas (1 para cada outros 9 alunos) passou a ser impessoal, seguindo critérios sociais (1,5 salário mínimo per capita de renda familiar, para os benefícios integrais), de acordo com o desempenho dos estudantes nas provas do Enem. Ninguém foi obrigado a aderir ao programa, só quem quisesse continuar isento de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, PIS e Cofins.
O DEM sustenta que são inconstitucionais a transferência da atribuição, o teto de renda familiar dos beneficiados, a fixação de normas de desempenho durante o curso, bem como as penas a que estariam sujeitas as faculdades que não cumprissem essas exigências.
A ADI do ex-PFL está no Supremo, na companhia de outras duas e todas já foram rebarbadas pelo relator do processo, o ministro Carlos Ayres Britto. Se ela vier a ser aceita pelo tribunal, bye bye ProUni.
Quando o PFL/DEM decidiu detonar a medida provisória 213, sabia o que estava fazendo. Sua petição, de 23 páginas, está até bem argumentada. O que não vale é tentar esconder o gesto às vésperas de eleição.
Em 1944, quando o presidente Franklin Roosevelt criou a GI Bill que, entre outras coisas, abria as universidades para os soldados que retornavam da guerra, houve políticos (poucos) e educadores (de peso) que combateram a iniciativa.
Todos tiveram a coragem de sustentar suas posições. Em dez anos, a GI Bill botou 2,2 milhões de jovens veteranos nas universidades, tornando-se uma das molas propulsoras de uma nova classe média americana.
O ProUni não criou as bolsas, ele apenas introduziu critérios de desempenho e de alcance social para a obtenção do incentivo. Desde 2004 o programa já formou 110 mil jovens, e há hoje outros 429 mil cursando universidades. Algum dia será possível comparar o efeito social e qualificador do ProUni na formação da nova classe média brasileira. Nessa ocasião, como hoje, o DEM ficará no lugar que escolheu.

ELIO GASPARI
Fonte: Folha de São Paulo (29/08/2010)

Campanhas eleitorais contratam 3 milhões

Durante o período das campanhas eleitorais, cerca de 3 milhões de empregos temporários são gerados no Brasil, dizem especialistas. O número pode parecer exagerado, mas deve-se pensar que são 21.764 candidatos (sem contar suplentes e vices) tentando ser eleitos em 5.565 municípios.
A maior parte dessas vagas é ocupada por mão de obra não qualificada, mas, ainda assim, sobra espaço para profissionais com nível superior completo em direito, comunicação e contabilidade.
A campanha de Aloizio Mercadante, que tenta se eleger governador de São Paulo pelo PT, já contratou 500 profissionais e ainda pretende recrutar mais 200. No PV, cada um dos 245 candidatos que concorrem a algum cargo no Estado de São Paulo empregou, em média, 25 funcionários temporários. A campanha do candidato a governador pelo partido contratou 40 pessoas.
O vice-presidente da Abcop (Associação Brasileira dos Consultores Políticos), Gaudêncio Torquato, explica que o número elevado de empregos gerados durante as eleições se deve ao conjunto de atividades produtivas que são demandadas no período.
"Se você for listar a relação de segmentos envolvidos indiretamente em uma campanha, vai chegar a cerca de 30 setores da economia", diz Torquato. Além dos profissionais diretamente envolvidos com os candidatos, ele cita o aquecimento de mercados com a fabricação de camisetas, panfletos, cartazes e painéis de madeira, aluguel de equipamentos de som e de carros e contratações por institutos de pesquisa.
Carlos Augusto Manhaneli, presidente da Abcop, diz que falta expertise aos profissionais para aproveitarem melhor as campanhas eleitorais. "A maioria dos políticos não sabe nem o que é marketing, muito menos marketing político", conta.

MARCOS DE VASCONCELLOS
Fonte: Folha Online (29/08/2010 - 08h17)

Prefeitura e Etec comemoram início das aulas do cursinho popular


A Escola Técnica do Centro Paula Souza (Etec) de São Roque, em parceria com a prefeitura do município, deu início na tarde de quarta-feira, 25, às aulas do cursinho popular preparatório para vestibulares, aos alunos egressos de escolas públicas e selecionados por meio de processo seletivo. Foram 175 candidatos inscritos, selecionados por meio de processo seletivo, para 80 vagas disponíveis.
Os critérios de seleção dos candidatos foram: uma prova mais análise do histórico escolar. Segundo a professora Priscila B. Dalbem Gaspar, para a classificação foi contado o tempo de estudo do candidato na rede pública. “A proposta da escola foi priorizar totalmente os candidatos de escolas públicas, porque consideramos que essa é a forma mais justa para darmos oportunidades às pessoas que não têm condições de pagar um cursinho e pretendem ingressar numa faculdade ou universidade pública”, acrescentou o professor Rogério de Souza. Ambos estão à frente do projeto com o apoio da direção da escola.
A iniciativa é pioneira entre as Etec’s e o projeto teve 100% de aprovação do prefeito Efaneu para a implantação no município. “O objetivo dessa administração é oferecer estudos de qualidade à comunidade são-roquense. Assim como a Etec, já conseguimos o IFSP (Instituto Federal de São Paulo), o Centro Educacional do SESI e em breve estará na cidade a extensão da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de Sorocaba. Tudo isso, porque pensamos na qualidade de vida de nossa população”, comemora o prefeito.
O curso será ministrado por profissionais altamente qualificados, mestres, doutores e especialistas. O material didático utilizado e disponibilizado pela escola aos alunos será a apostila da Poli, que vem mostrando resultados significativos nos últimos anos.
As aulas acontecerão às quartas, quintas e sextas-feiras, das 13h às 18h20 e aos sábados, das 7h30 às 13h, nas dependências da Etec de São Roque.
Aula inaugural
O início das atividades do cursinho popular foi marcado com uma cerimônia e contou com a presença da assessora técnica do gabinete, Márcia Najarro representando o prefeito Efaneu Nolasco Godinho, que não pode comparecer ao evento por conta de outros compromissos externos; da diretora da escola, Cecília Aparecida Góes de Oliveira Costa; das representantes do Departamento de Educação, Maria da Conceição Valente Vidal e Sueli Mendes Gonçalves; dos professores que ministrarão aulas no cursinho e Marielza Garbellti representando a dirigente de ensino de São Roque, Maria Zilda Cesarotto.
Para Cecília, diretora da escola, é motivo de satisfação começar mais essa nova atividade numa unidade que prioriza o ensino de qualidade. Ela reforçou também que isso só foi possível concretizar pelo apoio concedido do prefeito Efaneu. “Ele não mediu esforços”, completou.
Na oportunidade ela desejou boas vindas aos alunos e acrescentou: “é uma experiência única e pretendemos levar o projeto para outras Etec’s. Vocês estão sendo privilegiados e aproveitem o máximo dos estudos. Nosso desejo é que vocês ingressem no curso dos seus sonhos”, falou emocionada aos alunos.

Fonte: Guia São Roque (26/8/2010 - São Roque - SP)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sumiço de idosos expõe drama social japonês

Por Antoni Slodkowski

TÓQUIO (Reuters Life!) - O frenesi na imprensa japonesa com o desaparecimento de idosos centenários trouxe à tona um efeito colateral do envelhecimento populacional no país: o potencial de isolamento e solidão dessas pessoas.
O pânico -- e a culpa -- foi instalado pela descoberta de que um homem que era apontado como o mais velho de Tóquio, com 111 anos, na verdade morreu há mais de 30. Os restos dele foram achados mumificados, em casa, e a família está sob suspeita de fraude.
Desde então, as autoridades já conseguiram localizar mais de 250 idosos e vêm surgindo relatos de que muitos outros estariam morrendo sozinhos e também que parentes estariam aplicando golpes para conseguir continuar recebendo suas pensões.
"Não se preocupem, minha sogra não é uma múmia", brincou Mio Akiyama aos funcionários da subprefeitura de Suginami (Tóquio) que passaram pelo bairro na semana passada, confirmando a existência de idosos.
Em meio às investigações, as autoridades descobriram que muitos idosos se mudaram para longe das famílias e nunca mais deram notícia, perdendo-se nos desvãos de uma rede de amparo insuficiente.
Fusa Furuya, moradora do bairro de Suginami, era supostamente a mulher mais velha da capital japonesa, aos 113 anos. Mas ela não foi encontrada no endereço em que estava registrada. Nenhum parente sabe o paradeiro dela.
Uma neta "postiça" disse que há mais de 20 anos não sabe da idosa. "Eu me sinto triste e solitária. Não percebi que esse tipo de coisa poderia acontecer em Suginami, onde eu vivo", disse a aposentada Katsuji Yamashiro, 67 anos.
Estima-se que o Japão tenha 41 mil pessoas com mais de cem anos de idade. Há 25 anos as mulheres do país detêm o recorde mundial de expectativa de vida.
"Não concebo uma situação em que eu não soubesse onde ela está. Talvez o rompimento dos laços familiares seja a causa dos recentes acontecimentos", disse Akiyama, segurando a mão da sua frágil e acamada sogra, de 107 anos.
Se Akiyama ainda demonstra o respeito pelos idosos que muitos veem como um valor japonês tradicional, outras famílias estão mudando, e os idosos não necessariamente recebem o apoio de seus parentes.
Até 2020, estima-se que um terço dos idosos japoneses estará vivendo sozinho, refletindo não só o envelhecimento populacional, mas também o aumento dos divórcios. Para 2015, a previsão do governo é que um quarto dos 125 milhões de japoneses tenha mais de 65 anos.
"Até recentemente, os núcleos familiares eram centrais para a sociedade japonesa, mas hoje as pessoas estão vivendo sozinhas e substituindo esse modelo de lar," disse Akio Doteuchi, do Instituto de Pesquisas NLI.

Vestibular da Unicamp recebe inscrições a partir desta segunda-feira

A Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) recebe a partir desta segunda-feira (23) as inscrições para o vestibular Unicamp 2011. O prazo termina em 8 de outubro. As inscrições devem ser feitas no site da Comvest. A taxa custa R$ 120.
O vestibular Unicamp 2011 oferece 3.444 vagas em 66 cursos da Unicamp e dois cursos da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp). O kit do vestibulando (Manual do Candidato e Revista do Vestibulando) é gratuito e está disponível para consulta e impressão no site da Comvest.
Neste ano haverá mudanças no formato das provas. Na primeira fase, no dia 21 de novembro, o candidato terá de produzir três textos de gêneros diversos, todos de execução obrigatória. O número de questões passará de 12 questões dissertativas para 48 questões de múltipla escolha. Serão 12 questões de matemática, 18 de ciências humanas e artes, e 18 de ciências da natureza.
A segunda fase passará a ser realizada em três dias (16, 17 e 18 de janeiro de 2011) e não mais em quatro. Serão aplicadas três provas de 24 questões dissertativas em cada. No primeiro dia, os candidatos vão responder 12 questões de língua portuguesa e de literaturas da língua portuguesa e 12 questões de matemática; no segundo dia, 18 questões na área de ciências humanas e artes e seis questões de língua inglesa; e no terceiro dia, 24 questões na área de ciências da natureza.
Além das mudanças no formato das provas, haverá alterações de tempo e horário. A duração da prova da primeira fase passará de quatro para cinco horas. Já a duração da segunda fase está mantida em quatro horas a cada dia de prova.
O acesso aos locais de provas será permitido até as 13 horas, tanto na primeira quanto na segunda fase. A recomendação da Comvest é para que os candidatos cheguem com pelo menos uma hora de antecedência.

Fonte: www.g1.com

Os anos passam

Barbie cinquentinha


Piupiu acabou de completar 60 anos

Dilma 47%. Serra a caminho dos 20%. Datafalha se esconde atrás da TV

Ocorreu o mais espetacular fenômeno da televisão mundial.
Com um mês de exposição na tevê e três dias de horário eleitoral, Dilma dobra a vantagem sobre o jenio e aumenta a chance de ganhar no primeiro turno.
Dilma tinha 37% e Serra 36%, um mês atrás.
Era o “empate técnico”, o zero a zero da Catanhêde.
Hoje, segundo o Datafalha, Dilma tem 47% e Serra 30% (será que ele já está na casa dos 20% e o Datafalha aplicou uma “margenzinha de erro” ? ).
O Datafalha diz que essa reviravolta espetacular se deu por causa da tevê.
Daí é possível tirar algumas conclusões.
Primeiro, que o João Santana, o marqueteiro da Dilma, é o maior gênio da televisão mundial, quiçá multiplanetária.
Chacrinha, Silvio Santos, Boni, Gloria Pires, Tony Ramos, Avancini, Boninho, Ali Kamel, Daniel Filho, Luciana Gimenez, Cala a boca, Galvão, todos, juntos, não dão meio João Santana.Segundo, que o Celso Kamura, o cabeleireiro é, para dizer pouco, o Bernini da tesoura.
Terceiro, que a tevê brasileira tem uma penetração e um poder de persuasão que as Organizações (?) Globo não seriam capazes de imaginar.
Que o debate da Band, com seus três pontos de Globope, teve um efeito “retro-alimentador passivo”, ou seja: Globope baixo repercute mais que Globope alto – proposição que se tornará uma cadeira à parte na Columbia School of Journalism.
Quarto, que a Vox Populi e a Sensus foram ineptos, porque registraram o que não havia: deram vantagem à Dilma antes da TV.
Que sismógrafo é esse que capta os movimentos de um vulcão, antes que entre em atividade ?
Sem a TV a Dilma não existiria.
Conclusão: o “efeito Lula” é desprezível.
Para o Datafalha, o Lula é e será sempre o que Otavinho pensa dele, segundo o testemunho de um dos presentes a um almoço na Folha (*): um despreparado.
Se não tem título universitário, como ousou ser Presidente da República ?
O Lula é uma anta, diria um certo morador de Veneza.
Um despreparado, para o Farol de Alexandria.
A Dilma não se beneficiou da proximidade com Lula.Como o Serra também não se beneficiou da suposta (diria a Folha (*)) amizade com Lula.
Tudo é a TV.
Esse PiG (**) de São Paulo diz qualquer coisa.

Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.