Há um mês, um grande empresário decidiu contribuir para formar quatro brasileiros admitidos numa prestigiosa universidade privada (caríssima). Todos tinham bom desempenho escolar e vinham de famílias às vezes dissolvidas, sempre pobres. O filantropo fez questão de proteger todas as identidades do episódio.
Publicada a notícia, veio a boa novidade. Outro empresário resolveu acompanhar o exemplo e replicou a iniciativa, inclusive no anonimato. Pagará as anuidades de outros quatro jovens, que receberão pequenas ajudas em dinheiro e um laptop. Na primeira doação, a conta ficou em cerca de R$ 130 mil anuais.
Todos são bons alunos, dois vivem em favelas e um mora a três horas de distância da faculdade. A renda familiar das quatro famílias vai de R$ 1.900 a R$ 2.200. Dois foram criados pela mãe. Um não tem memória do pai. São filhos de garçom, motorista de ônibus, auxiliares de cozinha e de serviços gerais e vendedora de produtos de beleza.
Uma das famílias está sob ameaça de despejo da casa onde vive. Graças aos próprios esforços e com a ajuda do empresário, em pouco tempo estarão diplomados em direito, engenharia, ciências sociais e jornalismo.
Elio Gaspari
Fonte: Folha de São Paulo (05/09/2010)
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